Magistério entra em greve a partir de 18 de maio

Decisão foi tomada em assembleia estadual que reuniu cerca de 7 mil trabalhadores

Os trabalhadores em Educação decidiram entrar em greve a partir do dia 18 de maio (quarta-feira) até que o Governo Colombo apresente uma proposta de aplicação efetiva do Piso Nacional em Santa Catarina como vencimento básico. A decisão foi unânime e tomada em assembleia estadual, realizada neste 11 de maio, que reuniu mais de 7 mil profissionais do magistério. A categoria encaminhou também aulas de 30 minutos nos dias 12 e 13 de maio (5ª e 6 ª feira) e 16 e 17 de maio (2ª e 3ª feira), e conversas com a comunidad escolar para esclarecer sobre os motivos da greve. A assembleia estadual do SINTE/SC aconteceu no Centro de Convenções, em Florianópolis.


A reivindicação do magistério, além da implementação do Piso, inclui também a aprovação do Plano Nacional de Educação, a realização de concurso público para ingresso no magistério, o fim do processo de municipalização do Ensino Fundamental, a suspensão do processo de terceirização da merenda, a aprovação da Lei do ACT, melhorias estruturais nas escolas da rede, e valorização da escola pública, gratuita e de qualidade.

Segundo a coordenação estadual do SINTE/SC, o grande público - mais de 7 mil trabalhadores em Educação, na assembleia estadual, “representa uma das maiores mobilização do Sindicato em busca de seus direitos legítimos, e demonstra a insatisfação dos trabalhadores com o Governo de Santa Catarina que age com descaso diante de uma conquista legítima do magistério, que é o Piso Nacional como vencimento básico para início de carreira no ensino médio e, também, a disposição para a luta na defesa da valorização profissional e da escola pública de qualidade”.

A assembleia estadual teve início às 14h, com o auditório do Centro de Eventos lotado. Trabalhadores em Educação de todas as regiões do estado estiveram presentes e se revezaram em falas na defesa da profissão e do ensino público catarinense. Alguns deputados, vereadores, representantes políticos e representantes de movimentos sindicais e sociais de Santa Catarina estiveram no local manifestando apoio à luta do magistério.

Após a assembleia que definiu a greve a partir de 18 de maio, os trabalhadores em Educação munidos de faixas, cartazes, bandeiras, apitos e carro de som tomaram as ruas de Florianópolis. O centro da cidade parou para a caminhada da Educação que passou pela ALESC, indo até a SED, uma volta na Praça XV e culminando com o grande ato de encerramento ao som do Hino Nacional na frente do Terminal Central de Ônibus. A população apladiu os manifestantes e parou nas calçadas para assistir à grande caminhada. Na SED, os manifestantes receberam apoio de colegas que jogaram papel picado das janelas.

Polícia Militar tenta intimidar
professores como voos rasantes
Na saída do Centro de Convenções houve um princípio de tumulto, com policiais militares, capitaneadas por um tenente-coronel do 4° Batalhão da Policia Militar de Santa Catarina fez uma barreira com policiais na frente do portão central e impediu a saída do carro de som e dos trabalhadores. Ele exigia que a caminhada fosse feita pela passarela - um espaço de pouco mais e dois metros e largura. Diretores do SINTE/SC questionaram a decisão da PM de proibir os portões de um espaço privado. O trânsito na avenida Gustavo Richard ficou trancada e houve grande congestionamento na região central da cidade, devido ao grande número de manifestantes e ao horário - 17h. Houve engarramento também nas pontes Pedro Ivo Campos e Colombo Salles, principais acesso de entrada e saída da ilha de Florianópolis.


O final da caminhada, por volta das 18h, ao som do Hino Nacional, os trabalhadores presentes assumiram o compromisso de retornarem as suas regionais e encaminharem as deliberações da assembleia estadual. A categoria destacou ainda que o dia 11 de maio foi escolhido pela CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação) para uma mobilização nacional na defesa da implementação do Piso e pela aprovação do PNE, com um ato na frente do Congresso Nacional, em Brasília. Em Santa Catarina, os que não puderam comparecer á assembleia estadual, realizaram atos em suas regionais.




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