Piso nacional dos professores

Prof. Atílio Vicente - Joinville
12 de maio de 2011 - A Notícia

Caro leitor. Se você não está acompanhando a longa novela que está acontecendo em nosso Estado, vou lhe fazer um resumo: em 2008, o governo federal promulgou a Lei do Piso Salarial do Professor, lei que foi vetada em Santa Catarina pelo ex-governador Luiz Henrique, mas que este ano foi reafirmada pelo Supremo Tribunal Federal. Resultado da votação? Sete votos contra apenas dois.


Porém, ainda não é o fim, os professores continuam esperando. No dia 28 de abril, os professores em todo o Estado reduziram o tempo das aulas para discutir o Plano Nacional de Educação (PNE), projeto que está tramitando no Legislativo federal e que trará significativos investimentos e mudanças na educação para os próximos dez anos. E também para fazer uma manifestação pública, reivindicando o comprimento da Lei do Piso.

Em resposta, o atual secretário de Educação disse: “Não entendo essa movimentação dos professores, isso é desnecessário, estamos fazendo um estudo, sob pressão não vamos conseguir diálogo. E, por último, minha preocupação é que os alunos estão perdendo aulas”. Então, vão estudar a lei até quando? E, falando em diálogo, vamos lembrar que o governo LHS não recebia os representantes dos professores e que o governador atual, quando candidato, foi o único que não recebeu o sindicato para discutir as reivindicações. Quanto à preocupação com a falta de aulas, ressalto que os 15 minutos de aulas “perdidos” serão recuperados, ao contrário das aulas perdidas em cada início de ano por falta de professores e pela lentidão burocrática.

Agora, o que mais me entristece é que o governo se enrola para pagar o piso por questões econômicas, pois, mesmo o Estado tendo o quinto maior PIB do País, paga o pior salário. Segundo uma reportagem do “Estadão”, Santa Catarina tem a disposição R$ 17,9 bilhões de orçamento. Continuam olhando o professor somente como gasto, que ideia triste! Será que é por isto que não fazem mais concursos públicos há mais de seis anos (os ACTs não recebem do final de dezembro a início de março)? E que quando dão um acréscimo ao salário do professor é em forma de penduricalhos, como o Prêmio Assiduidade, que o professor, para merecer, não pode ter nenhuma falta justificada no ano, ou seja, não pode ficar doente ou deve trabalhar doente. E agora, qual será o próximo capítulo? Bom, caro leitor, hoje ele está acontecendo, um dia de paralisação geral. Contamos com seu apoio.

atiliovic@yahoo.com.br

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