E a greve continua

Por: Prof. Eliseu Santos Lima

Blog: eliseu-filosofia.blogspot.com

A terceira passeata do magistério em Barra Velha, ocorrida no dia 31 de maio, contou com a participação de professores das escolas estaduais de Piçarras e São João do Itaperiú. Contávamos com a presença dos professores da rede municipal de ensino, mas eles não compareceram ou ousaram paralisar suas funções, e se esses professores não lutam por seus direitos e não são unidos. Fica evidente que estão colaborando com o explorador. A passeata começou em frente o Posto Aviz do bairro tabuleiro e seguiu para a Praça Lauro Loyola.

Durante a passeata estava evidente o apoio da população e também a preocupação sobre o ano letivo, pois já são 13 dias de greve e os professores deverão repor os dias parados, isso poderá implicar em ausência das férias no mês de julho. A situação chegou a esse ponto porque o governo de Santa Catarina na gestão LHS/Pavan questionou a lei federal referente ao piso salarial nacional, de ser inconstitucional e não tomaram providência alguma quanto à situação do magistério, enquanto isso o dinheiro do FUNDEB, que deveria ser empregado integralmente na educação, era destinado a outras áreas (O governo do Estado deixou de repassar, nos últimos anos, a quantia de R$ 1,670 bilhão para a educação e de R$ 627,700 milhões para o setor saúde. É o que consta da página 92 do parecer prévio do conselheiro Salomão Ribas Júnior nas contas do governo Luiz Henrique/Pavan de 2010.) como afirma Moacir pereira em sua coluna no Diário Catarinense

Talvez seja por isso que a EEB David Pedro Espíndola, onde leciono está a mais de 6 anos lutando por uma reforma (a escola está toda deteriorada, não há mais tomada com eletricidade nas salas ), inclusive um fato interessante, na última eleição as salas não puderam ser utilizadas por problemas elétricos, mas pode ser utilizada para as aulas, que contradição!! Cortaram as cantinas das escolas e cortaram também as verbas, isso significa que nas escolas chega a faltar papel higiênico, papel sulfite e material de limpeza. O salário dos professores é só a pontinha do iceberg.

Em São João do Itaperiú a EEB Elvira Faria Passos ao ser reformada passou mais de dois anos dentro do ginásio, ambiente insalubre para alunos e professores e só saíram de lá porque os professores ameaçaram paralisar os trabalhos. Fato interessante é lembrar que o presídio em Barra Velha começou a ser construído depois e terminou antes. Algumas colunas na escola são tortas e foi uma briga na finalização da obra porque queriam colocar materiais de qualidade inferior.

Luta-se também para que haja concurso para professores, pois o último concurso foi em 2005 e temos hoje um número exorbitante de professores ACT (admitido em caráter temporário), lembrando que Santa Catarina não paga fundo de garantia como o estado do Paraná que é referência em educação hoje, tanto na questão salarial como na estrutura\ e manutenção das escolas. Também gostaríamos de eleger a direção de nossas escolas e que se fosse mais criteriosa a escolha, não apenas por filiação política. Escola e educação não é brincadeira de politicalha estúpida, ignóbil, vil e abjeta.

Durante a passeata foi comparado o estado com nome de santa com o governo diabólico. Etimologicamente diabolos significa aquele que separa, indicando que não se dá valor para a educação que é divina, luz para nossas vidas no caminho de um mundo melhor. Santa Catarina não merece um governo sem escrúpulo.

Estamos apreensivos e temerosos, se o governo não respeita o plano de carreira que o magistério conseguiu nos anos 80, quem eles respeitam? A educação? A saúde? A segurança? Acho que nem Deus eles respeitam.

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