EM RESPOSTA AS
DECLARAÇÕES DO GOVERNO AO ND
Em mais uma de suas declarações, desta
vez para o Jornal Notícias do Dia, do dia 23/10, o Secretário da Educação
Eduardo Deschamps tenta justificar a proposta do governo sobre o Plano de
Carreira do Magistério Público Estadual, contudo, sem a ouvir a contrapartida
dos trabalhadores/as, tal veículo de comunicação, em nossa opinião, tornou-se
no mínimo tendencioso.
O secretário afirma que após a greve
nas rodadas de negociação o governo cedeu ao sindicato em vários pontos, como a
manutenção do nível médio na carreira, a equivalência do/a professor/a ACT
(Admitidos em Caráter Temporário) nos níveis iniciais de carreira bem como a
diferença de 50% entre o/a professor/a efetivo/a com nível superior e o médio.
Quanto à negociação, o sindicato e o
governo acordaram com uma agenda que iniciaria no dia 06 de junho e não deveria
ultrapassar os 60 dias, no entanto, se arrastaram até o dia 10 de setembro.
Como se isto não bastasse, os pontos mais importantes do processo de negociação
que haviam sido acordados na mesa como os percentuais entre os níveis e
referências, os percentuais de reajuste anual que contemplariam a dispersão,
prazos e valores a serem pagos até 2018, foram totalmente modificados.
No que se refere a manutenção do nível
médio na estrutura da carreira a proposta do governo era criar uma tabela
paralela para os/as profissionais de nível médio e licenciatura curta
colocando-os/as em uma carreira em extinção, uma manobra que atingiria
basicamente os/as aposentados/as e desta forma o governo não reconheceria mais
a lei do piso, pois a mesma estabelece como parâmetro de carreira os/as
profissionais de nível médio. Assim estaria desobrigado que sua aplicação fosse
feita na carreira.
Quanto aos/as ACTs a proposta do
governo era a sua contratação como horistas, ou seja, seriam pagos por aula
ministrada e instituía um abono por produtividade. Por isso, estes/as
profissionais que já trabalham em situação precária teriam seus salários
diminuídos e sua situação seria ainda mais complicada.
O SINTE/SC defende os direitos de
todos/as os/as trabalhadores/as em educação, não importa qual sua situação
funcional, pois entendemos que todos/as fazemos parte do processo educativo e
não podemos permitir que sejamos tratados/as de forma diferenciada.
A
estrutura da tabela que estabelece o percentual de 50% entre os níveis médio e
superior é o mínimo que podemos aceitar, uma vez que a LDB estabelece que só
podem participar de concurso de ingresso profissionais que tenham curso
superior. Esta é uma forma de garantirmos melhor qualidade em nossa educação e
termos profissionais com formação específica na área em que atuarão. Lembrando
também que seguimos na linha do que está sendo discutido nacionalmente para as
diretrizes de carreira do magistério.
Na questão da incorporação da regência de classe o secretário
afirma que o piso deveria ser o menor salário a ser pago pelo estado e que não
é possível fazer a descompactação sem a incorporação da regência. Esquece o
secretário que as políticas de governo em Santa Catarina, nunca tiveram como prioridade
valorizar o magistério. O que sempre foi feito foi um arranjo de
penduricalhos, para economizar verbas, sem que em nenhum momento fosse
estabelecida uma política salarial que elevasse o valor do piso inicial e
valorizasse os/as trabalhadores/as da educação.
Agora, o governo quer usar o que temos para aumentar nominalmente
o valor inicial do salário e assim se abster de aplicar o reajuste anual do
piso. Seu objetivo principal é deixar de dar reajuste aos profissionais em
início de carreira até que o valor do piso atinja os R$2.397,00. Por isso
entendemos que esta proposta sequer deveria cogitada.
A
fala do secretário quando se refere à criação de dois novos níveis na tabela
para incentivar profissionais em condições de aposentadoria a continuarem trabalhando,
beira ao ridículo, uma vez que na realidade estes/as trabalhadores/as só
permanecerão na ativa porque não será levado em consideração seu tempo de
serviço no enquadramento na nova carreira. Desta forma serão obrigados/as a trabalhar mais tempo para poder
alcançar o final da carreira ao se aposentarem, a nosso ver isto não é
incentivo é castigo.
O governo consolidou o
plano que lhe interessa, mas não interessa a categoria, não aceitaremos uma
proposta cujos percentuais estão muito abaixo do que é justo e os prazos de
implementação são mais longos que o carnê das casas Bahia.
Comentários
Postar um comentário