A assembleia do dia 22 e nossas tarefas

No dia 22 de setembro, professores de Santa Catarina realizaram uma assembleia estadual em Florianópolis, na Praça Tancredo Neves. No mesmo dia, as centrais sindicais convocaram uma paralisação nacional contra o desmonte do serviço público e os ataques aos trabalhadores perpetrados pelo governo Temer. São mais de 50 projetos que retiram direitos historicamente conquistados, principalmente entre os trabalhadores em educação: PLP 257, PEC 241, PL 4567, “Lei da Mordaça” (Escola sem Partido) e a Reforma da Previdência.

A regional de Joinville participou com quatro ônibus, mas deparou-se com a ausência de muitas regionais, principalmente da própria cidade de Florianópolis. 

Infelizmente, a assembleia estava esvaziada: algo que parecia ser esperado pela direção estadual, que não organizou um espaço mínimo que pudesse comportar todas as pessoas que eventualmente pudessem participar.

Num momento de grandes ataques à classe trabalhadora e ao serviço público, ficou evidente que existe uma crise na direção estadual capaz de frear e engessar a luta de toda a categoria. A CUT chama uma greve geral, mas não mobiliza, ou seja, lança palavras ao vento na medida em que a executiva estadual do Sinte segue acomodada ao aparelho sindical. É um claro sintoma de burocratização. O magistério permanece nas escolas atento à situação política e aos ataques que chegam muitas vezes através dos jornais, aguardando pelo combate e por uma posição firme da direção.

Esta assembleia, ademais, mostrou a desordem e o descaso da direção estadual do Sinte com toda a categoria. Prova disso foi a postura de censura adotada, impondo limites às intervenções e informes das regionais. Não é possível que exista uma unificação sem que todas as regionais possam se manifestar e informar suas atividades e ações na base. 

O resultado desta assembleia foi a falta de encaminhamentos feitos pela estadual que atendessem aos anseios daqueles que foram à assembleia clamando por ações. Não era de se esperar outra coisa. Há tempos percebe-se uma direção estadual acomodada, apática e distante das bases, o que provoca a estagnação do sindicato. A categoria percebe que não pode confiar e, por este motivo, sente-se desmotivada e receosa em cada paralisação. 

Contudo, sabemos da necessidade de construirmos nossa luta, de nos organizarmos contra todos esses ataques do governo Colombo e do governo Temer.

Mesmo com uma assembleia sem uma direção e um ato esvaziado, respeitamos todos aqueles que compareceram neste dia e todos que paralisaram e foram pras ruas se manifestarem. Em Joinville, muitos professores e professoras da rede estadual se juntaram aos estudantes, servidores e servidoras municipais para panfletar e protestar contra o desmonte no serviço público. 

Independente dos desafios que enfrentamos, continuaremos na luta para construir uma alternativa para nossa categoria. Podemos mostrar que ainda temos força para resistir. 

Conclamamos cada trabalhador em educação a se organizar em sua escola, a discutir os ataques, a eleger representante por turno e, principalmente, a comparecer em todas as assembleias, mobilizações e formações.


Nenhum direito a menos!
Avante, professores e professoras!
Fora Colombo e secretário Deschamps!
Fora Temer e o congresso Nacional! Por uma Assembleia Popular Nacional Constituinte!


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