Organizar a luta é preciso: balanço da reunião do Conselho Deliberativo do Sinte/SC

A primeira reunião do Conselho Deliberativo do Sinte/SC, que aconteceu em Campos Novos nos dias 8 e 9 de fevereiro, foi marcada por uma notável ausência de representantes de diversas regionais, um esvaziamento de discussão política, embora lutas de grande importância para a categoria estejam na ordem do dia.

Engana-se quem pensa que a batalha contra a Reforma da Previdência está vencida. Temer desvia nossa atenção ao decretar a intervenção militar no RJ, enquanto aguarda o melhor momento para aprovar a medida e destruir definitivamente nossa aposentadoria.

Somada à Reforma Trabalhista, Reforma do Ensino Médio, congelamento de gastos públicos, Lei da Terceirização sem limites, os ataques que a classe trabalhadora e a juventude vêm sofrendo são imensos. O papel das direções sindicais neste momento é a organização real, nas bases, para construir uma greve geral por tempo indeterminado até que se revoguem todas as reformas – deste e dos governos anteriores.

Na reunião do Conselho foi aprovada a Campanha Salarial da categoria para 2018 - pauta de luta defendida insistentemente pela Alternativa Sinte em todas as instâncias do sindicato - com assembleia em 21/3. Os trabalhadores em educação de Santa Catarina têm sofrido danos gigantescos em sua condição de trabalho, aprofundados com a onda de fechamento de escolas, implementação da Reforma do Ensino Médio e congelamento salarial. É urgente a organização efetiva da categoria.

A participação do Sinte/SC na Conferência Nacional Popular da Educação (Conape 2018), que acontecerá no dia 15/2 em Criciúma, foi outro ponto bastante debatido durante a reunião. Apesar da importância do evento enquanto espaço de resistência, ao centrar fogo na Conferência, a discussão da construção da Campanha Salarial ficou em segundo plano, sendo a data da assembleia subordinada à data da realização do evento, que não tem caráter efetivo de mobilização da categoria. Estamos diante de grandes ataques e o papel das direções sindicais neste momento é organizar os trabalhadores para enterrarem todas as contrarreformas de Temer e Colombo, e avançarem na conquista de uma condição digna de trabalho. A Alternativa Sinte alerta, inclusive, que o calendário da legislação eleitoral constituirá um importante empecilho para o avanço nas negociações – o que explica nossa defesa de antecipação da assembleia e início da Campanha Salarial.

Outro ponto importante debatido ao longo da reunião foi a reorganização das finanças do sindicato frente ao fim do imposto sindical. A Alternativa Sinte defende que o dinheiro do sindicato deve vir única e exclusivamente das contribuições voluntárias dos trabalhadores e de suas entidades irmãs sob a base da solidariedade de classe. Só assim esta ferramenta poderá servir, de fato, como um instrumento dos trabalhadores para a sua vitória enquanto classe. O Sinte precisa ser exemplo neste sentido, defender a liberdade sindical como política da entidade. Devolver a todos os trabalhadores o imposto sindical e combater em nível nacional, dentro da CUT, a necessidade de total independência.

A política de austeridade e os ataques ao magistério de forma generalizada nacionalmente, junto à política do governador Colombo (PSD) e seu secretário de educação, Eduardo Deschamps (PSD), deve ser enfrentada com a organização e mobilização da categoria. O Sinte/Joinville, coordenado pela Alternativa Sinte, defende a construção de um Encontro Nacional da Classe Trabalhadora e da Juventude, passo necessário para se organizar a luta efetiva contra todos e quaisquer ataques aos direitos historicamente conquistados.

Convidamos todos os trabalhadores em educação a se organizarem conosco na tarefa histórica que nos é apresentada: evitar os ataques e avançar rumo a uma sociedade sem divisões de classe e livre de toda forma de opressão.

Lutamos contra Temer e todo o Congresso Nacional;
Contra qualquer projeto governamental que ataca o direito dos trabalhadores;
Contra a Reforma da Previdência;
Contra a Reforma Trabalhista;
Pela revogação da Reforma do Ensino Médio;
Pela revogação do congelamento dos gastos públicos;
Pela independência sindical;
Por um Encontro Nacional da Classe Trabalhadora e da Juventude;
Por um governo dos trabalhadores. 


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